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  • Foto do escritorDaniela Carlos

A Sombra do "Eu"

"Só seremos conscientes de que somos Luz, quando formos capazes de abraçar compassivamente o lado escuro da realidade."



A sombra pessoal, um termo descrito em psicologia, refere-se à parte reprimida do nosso ego, constituindo tudo aquilo que rejeitamos ou que temos dificuldade em reconhecer em nós. A sombra jaz na profundidade do inconsciente e é representada por uma colecção de material reprimido (memórias, sentimentos, condutas negativas) que vamos acumulando ao longo da nossa vida por forma a não conspurcar a imagem que temos do nosso “eu” e não ameaçar o conceito da nossa identidade.


A observação e aceitação do que se encontra reprimido no nosso inconsciente conduz o individuo à integração de todas as partes que o constituem, proporcionando uma expansão da sua identidade.

No entanto, ao encobrir este lado obscuro, inerente a cada um de nós, estamos a rejeitar parte de quem somos; da mesma forma que o sol se mantém presente por detrás das nuvens num dia nublado, também a nossa sombra permanece escondida no insconsciente quer escolhamos reconhece-la ou não.


Deste modo, a questão lógica que se coloca na sequência deste entendimento será: Porque motivo se torna premente e essencial o reconhecimento da nossa sombra oculta?


A observação e aceitação do que se encontra reprimido no nosso inconsciente conduz o individuo à integração de todas as partes que o constituem, proporcionando uma expansão da sua identidade. Ao acenar a bandeira branca da paz com o inconsciente o individuo permite-se viver de uma forma mais plena consigo mesmo e com os que o rodeiam. Esta atitude de observação, reconhecimento e aceitação da totalidade do que somos permite-nos romper com padrões repetitivos indesejados, identificar nós de conflito nos nossos exageros (apegos e aversões), e assim realizar escolhas progressivamente mais conscientes e harmoniosas, que vão de encontro à nossa verdadeira essência.


“Se queres mudar o mundo começa por mudar o teu modo de olhá-lo e o mundo mudará.“

A ideia é harmonizar a dicotomia que reside em cada um de nós trazendo à luz da consciência tudo o que reprimimos e escolhemos não aceitar até então. Este movimento permite que a energia, associada ao que jaz oculto, aflore de modo a poder ser libertada; é o paradoxo do evitamento da sombra que cria a resistência que nos mantém escravos e prisioneiros da mesma.


É importante compreender que não se trata de nos tornarmos pessoas estritamente “boas”, de condutas imaculadas, trata-se sim de integrarmos ambos os lados que nos constituem (a luz e a sombra - yin/yang), sermos autênticos, viver a unicidade e completude intrínsecas, através do reconhecimento da nossa escuridão mediante a consciência da negatividade. É um processo de individuação que permite a superar e transcender a percepção de um “eu” fragmentado e incompleto. É a integração da totalidade do nosso ser e um verdadeiro resgate da nossa essência que se propõe a trabalhar com a sua Humanidade.


Pontos chave:


+ A sombra manifesta-se predominantemente nos nossos exageros (apegos - idolatrações/ aversões);


+ Através da observação honesta e sustentada podemos conectar com a nossa sombra, que nos revela tudo o que não aceitamos e rejeitamos em nós;


+ Para resgatar e integrar o que permanece oculto em nós é necessário traze-lo à luz da consciência;


+ A sombra não representa o lado mau, apenas representa partes de nós que escolhemos reprimir da mente consciente porque não as conseguimos aceitar; esta apenas se torna hostil quando não é observada e reconhecida como parte integral de quem somos;


+ Uma atitude de resistência provoca a estagnação da energia, sufoca as emoções, bloqueia o movimento fluido da vida;


+ Abraçar a nossa sombra é o caminho para a expansão e expressão da totalidade/identidade do nosso ser.



“O lugar de encontro desta relação de opostos é o próprio coração do homem. Só seremos conscientes de que somos Luz, quando formos capazes de abraçar compassivamente o lado escuro da realidade.”



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